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Santander reconhece erro, mas se recusa a pagar trabalhadores prejudicados

Publicado em Santander
Santander reconhece erro, mas se recusa a pagar trabalhadores prejudicados

Após cobrança do movimento sindical, o Santander acabou reconhecendo seu erro ao não pagar a Remuneração Variável (RV) a um grupo de bancários transferidos de uma agência padrão para uma agência Select. Esses trabalhadores assumiram o cargo de Especialista de Negócios Santander (ENS). Agora, o banco quer punir os gestores que teriam sido responsáveis pelo erro, mas se recusou a fazer o devido acerto dos valores aos bancários efetados pelo erro.

"Em outubro, após o sindicato receber denúncias sobre o não pagamento da RV, entramos em contato com o banco para apurar as razões pelas quais esse grupo de bancários não recebeu o pagamento proporcional. E cobramos o devido acerto”, conta o dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb-SP), Wellington Prado Corrêa, que também é bancário do Santander. “Foi descoberto que gestores das unidades de varejo deveriam ter efetuado um comando manual no sistema para que os bancários transferidos tivessem validado o período em que estavam na unidade para efeitos do pagamento da RV”, explica.

O Seeb-SP e a Contraf-CUT cobram que o Santander faça o devido pagamento da RV aos bancários prejudicados, reveja a penalização dos gestores, e de fato promova melhorias nos sistemas e processos, de forma que situações como essa não se repitam.

A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, a dirigente Wanessa Queiroz, critica a incoerência da situação. “É um absurdo o bancário passar por uma promoção, mudando de segmento dentro da rede, e acabar sendo penalizado ao não receber o pagamento variável, devido a um erro sistêmico ou operacional. O trabalhador é cobrado para entrega das metas e se trata de uma remuneração expressiva. Representa em média 50% a 60% de sua remuneração variável anual. Vamos continuar cobrando providências do RH do banco para solucionar de vez esse problema”, ressaltou.

Outro absurdo, completa Wellingon, é o banco reconhecer que o sistema necessita de melhorias e, ainda assim, punir os gestores. “Como se eles fossem os únicos responsáveis pelos erros”, pontuou.

 

Erro persiste

No entendimento do Santander, o cargo de Especialista de Negócios Santander tem que estar na Visão Modelo Certo para receber a PPE (remuneração variável), porém não tem metas. Nesse caso, no entanto, houve transferência do Varejo para Select. Assim, para que os bancários estivessem na Visão do Modelo Certo (perfil), fazendo jus ao pagamento, os gestores deveriam ter feito os procedimentos manuais.

Em novembro, após conversas com as áreas responsáveis, o RH do Santander informou ao Sindicato que seriam realizadas melhorias no sistema para evitar erros manuais, como o que ocorreu nesse caso.

O banco, por sua vez, optou pela penalização dos gestores com medidas disciplinares, uma vez que entendeu que os mesmos não fizeram o procedimento correto, mesmo com os manuais disponibilizados na Intranet. E mesmo reconhecendo esse erro, assim como a necessidade de melhorar o sistema, o Santander se recusa a fazer o devido pagamento da RV aos bancários prejudicados. A alegação: a área responsável pela RV não vai se responsabilizar por um ato falho do gestor.

“É um absurdo que o Santander não acerte o valor devido aos bancários, que bateram suas metas e não tiveram responsabilidade alguma em relação ao erro ocorrido e reconhecido pelo banco”, reforça Wellington. “Pagamento que, inclusive, não teria qualquer impacto para o banco, uma vez que abrange no máximo cinco bancários. O trabalhador se qualifica, muitas vezes tem de dar mais atenção ao banco do que a própria família para alcançar seus objetivos e, na hora do reconhecimento, é vítima dessa injustiça”, enfatiza o dirigente do Sindicato.

Os bancários que enfrentarem qualquer problema nas relações de trabalho devem entrar em contato com o sindicato da sua base, por meio dos canais de atendimento disponibilizados nos sites das entidades. O sigilo é garantido.

 

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