A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) entregou ao BB, na tarde dessa quarta-feira (12), a lista de reivindicações das Centrais de Relacionamento do Banco do Brasil (CRBBs). “A CRBB sempre foi uma porta de entrada de encarreiramento no banco, onde os funcionários adquiriam um amplo conhecimento da empresa e de lá partiam para as mais diversas áreas. Mas isso vem sendo impedido pela alta quantidade de claros [termo para vagas não ocupadas] nos prefixos”, explicou o funcionário BB, ligado à Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Antônio Netto.
O movimento sindical avaliou que a falta de concurso público, para que as vagas em aberto sejam ocupadas, está diretamente ligada aos problemas que os funcionários enfrentam nas centrais de atendimento. “Entre os resultados nocivos de tudo isso está a sobrecarga dos trabalhadores, que continuam sendo submetidos a metas abusivas”, completou a coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes.
Outras demandas das CRBBs apresentadas na mesa de negociação foram:
• Implementação do home office.
• Valorização salarial.
• Fim do estímulo abusivo à competição.
• Melhora nas condições de trabalho.
• Mudanças no sistema de metas.
“Apresentamos para o banco condições muito preocupantes, como trabalhadores atendendo duas, três até quatro pessoas ao mesmo tempo; pausas de apenas segundos, entre uma ligação e outra; competição e metas que adoecem”, destacou Fernanda Lopes.
Em relação às metas, entre as propostas apresentadas pelo movimento sindical ao banco está o retorno ao mecanismo de indução. “O que queremos é pontuação pela oferta e a apresentação do produto, ao invés de haver pontuação apenas com a efetivação do negócio, que muitas vezes acaba sendo feito por outro canal, apesar de ter se iniciado na CRBB”, destacou Antônio Netto.
Uma consulta realizada pelo movimento sindical junto aos trabalhadores das CRBBs, e apresentada ao banco, revelou dados preocupantes. “Cerca de 69%, 71% e 45%, respectivamente, dos entrevistados das CRBBs de Recife (PE), São José dos Pinhais (PR) e São José (SC), responderam ‘não’ quando perguntados se sentiam felicidade ao vir para o trabalho”, destacou o funcionário do BB e representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), Alessandro Greco Garcia, conhecido como Vovô.
Quando perguntados se atendiam mais de um cliente ao mesmo tempo, 66,7% dos trabalhadores de Recife, 55% dos de São José dos Pinhais e 62,7% dos de São José responderam que chegam a atender até mais que dois clientes ao mesmo tempo. Já o percentual da resposta “sim” para a questão “você já precisou se afastar das suas atividades por doença relacionada ao estresse, causada ou agravada pelo ambiente de trabalho?” foi 33% em Recife, 52% em São José dos Pinhais e 31,4% em São José.
“O fato de existir muitos claros faz com que muitos desses funcionários, que são altamente capacitados para ascender na carreira dentro do banco, sejam condicionados a se manter como atendentes nas CRBBs por um longo período. Então, o que temos observado com isso, são funcionários na mesma posição por 8, 9, 10 anos e, quanto maior o período na mesma posição, maior o nível de insatisfação e estresse”, explicou Vovô.
Para solucionar esse quadro, o movimento sindical propôs ao banco a realização de novos concursos públicos. “Acrescentamos que somos totalmente contrários à terceirização, que acirra um tipo de competição que adoece o ambiente de trabalho do BB”, complementou Fernanda Lopes.
O BB propôs a criação de um grupo de trabalho, que será formado entre representantes dos trabalhadores e representantes do banco, para avaliar os resultados das consultas feitas nas CRBBs e estudar a aplicação das melhorias solicitadas.
Agenda das próximas mesas permanentes temáticas:
20/07 – Promoção da Diversidade/Igualdade de Oportunidade.
11/09 – Plano de Cargos e Salários e Programa Performa.
28/09 – Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil (Cassi).