Com base em dados divulgados pelo próprio site oficial da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), as Chapas 6 e 77 – Unidos por uma Cassi Solidária -, denunciaram que a entidade apresentou resultado operacional negativo de R$ 124 milhões nos primeiros 11 meses de 2021, mesmo tendo recebido R$ 3,6 bilhões a mais em aportes do banco e dos associados nos últimos 3 anos.
Em menos de 48 horas, os candidatos receberam da Comissão Eleitoral um comunicado de advertência para não divulgarem mais as informações. A Comissão ainda vazou a advertência à chapa da situação, formada pelo Grupo Mais, que passou a usá-la no contra-ataque da campanha.
Desde que a disputa às Eleições Cassi 2022 começou oficialmente, no dia 11 de fevereiro, o site oficial da Cassi vem disparando uma série de notas em tom de elogio à atual gestão, que também disputa, através do Grupo Mais, a reeleição nos cargos à Diretoria de Risco Populacional, Saúde e Rede de Atendimento e para metade dos membros do Conselhos Deliberativo e Fiscal.
A principal manifestação do apoio aconteceu logo na primeira semana da disputa, quando a entidade divulgou a decisão de reduzir os percentuais de coparticipação para o Plano Associados, cobrança feita pelos funcionários do BB há, pelo menos, dois anos.
“Já nesta ocasião, por meio da Contraf-CUT e das entidades que representam os funcionários, nós levantamos as suspeitas de oportunismo praticados pela gestão da Cassi, com uso político da entidade e do seu site oficial em pleno período eleitoral”, lembrou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “E, como eu disse na ocasião, não podemos permitir a mistura institucional com a campanha eleitoral. O uso da máquina para fins particulares fragiliza a democracia e a governança da entidade”, completou.
Mas a página oficial da Cassi não parou por aí. Nas semanas seguintes, fez publicações sobre aumento de cobertura, balanço financeiro, telemedicina e atualização do modelo de organização da entidade para “melhorar a eficiência”.
“O surpreendente é que, em todas essas áreas, as chapas de oposição, durante a campanha, levantaram problemas que a Cassi precisa resolver. E, logo em seguida, o próprio portal oficial da Cassi, divulgava notas sobre esses mesmos pontos”, observou o coordenador da CEBB.
Na outra ponta, o BB tem usado sua própria estrutura de comunicação para escoar as informações elogiosas à atual gestão da Cassi – portanto, à chapa da situação – para as funcionárias e funcionários.
“O que estamos vendo é o uso da estrutura oficial da Cassi, do BB e até do próprio Comitê Eleitoral, que deveriam ser isentos nesta campanha, usando os canais de comunicação de maneira explícita ou velada, para os candidatos da situação”, alertou Fukunaga. “Nós já estamos acionando as entidades representativas dos funcionários do BB, aposentados e da ativa, para que fiquem atentos a este esquema. A Cassi é uma conquista dos associados e precisa estar a favor dos interesses de cada um deles. O Banco do Brasil já tem seus indicados na direção da entidade, inclusive o presidente. Não podemos permitir que continue tendo mais poder que, constatado nos últimos anos, aumenta os custos dos associados e afasta a responsabilidade do patrocinador”, concluiu.