Bancárias e bancários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil convocam para esta terça-feira (7), um Dia Nacional de Luta em defesa dos bancos públicos e de seus empregados. Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho, fim de metas desumanas, abusivas e do assédio institucional e mais contratações para reduzir a sobrecarga de trabalho e melhorar o atendimento à população.
Nos últimos anos, tanto a Caixa quanto o Banco do Brasil vêm sofrendo com a redução de pessoal, fechamento de agências e a venda de áreas importantes e altamente lucrativas para a iniciativa privada, o que prejudica o atendimento diário à população, mas sobretudo a atuação dos bancos como um todo.
Em janeiro de 2021, a atual gestão do Banco do Brasil deu início a mais um plano de desmonte do Banco do Brasil, chamado de “reestruturação”, que promete o fechamento de mais de 360 unidades, desligamento de 7 mil funcionários e venda de subsidiárias. Em relação à Caixa, o governo articula a privatização das loterias e quer abrir o capital do banco. Paralelo ao desmonte, os trabalhadores que continuam nos bancos são submetidos à sobrecarga de trabalho e a metas abusivas.
“O foco central das atividades é a falta de condições de trabalho. Particularmente, na Caixa, nós chamamos a atenção para o assédio institucional, combate às metas abusivas e o sucateamento do banco, mesmo após ele ter mostrado sua grande importância para o país durante a pandemia e em momentos de crises”, destacou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
“No Banco do Brasil, também reivindicamos melhores condições de trabalho, o fim das metas abusivas e mais contratações”, completou Fernanda Lopes, secretária de Juventude e representante da Contraf-CUT nas negociações com o BB.
Além das atividades de rua, a partir das 11h, também desta terça-feira (7), será realizado um tuitaço denunciando a falta de condições de trabalho nos maiores bancos públicos do país, com a hashtag #ProcuramosNoBBeCaixa.
“A ideia é mostrarmos que o respeito e a valorização dos trabalhadores é cada vez mais um artigo raro nos bancos públicos, assim como está ficando raro encontrar empregados para realizar o atendimento que a população merece”, disse a coordenadora da CEE/Caixa. “O que sobra é mesa vazia, é assédio dos gestores aos seus subordinados, é cobrança de metas abusivas”, completou.
Os bancários e bancárias da Caixa e do Banco do Brasil prepararam, ainda, cartas abertas direcionadas para a população. “A reestruturação, em andamento desde o início do ano, reduziu significativamente o número de funcionários e de unidades, sobrecarregando de trabalho os funcionários. O banco precisa reverter este cenário, em benefício do melhor atendimento, diminuição das filas e da aglomeração que aumenta o risco de contágio por Covid-19”, diz um trecho da carta aberta dos funcionários do BB.
“A população sempre teve na Caixa o apoio para o recebimento dos benefícios dos programas sociais do governo. O atendimento à população infelizmente é precário. A verdade é que isso não é culpa dos empregados. Um verdadeiro desmonte do banco está acontecendo e sendo promovido pelo governo Bolsonaro e pelos gestores do banco indicados pelo governo”, afirma um trecho da carta aberta dos empregados da Caixa.
Leia a íntegra das cartas abertas e ajude a denunciar a situação apontadas por elas participando do tuitaço, nesta terça-feira, a partir das 11h, ou nos atos que acontecerão nas agências e unidades administrativas dos dois bancos.