A categoria bancária realizará, nesta terça-feira (18), uma série de atos, em várias partes do país, de lançamento à Campanha Nacional dos Bancários, para marcar o início das negociações entre o Comando Nacional dos Bancários, que representa os trabalhadores e trabalhadoras, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Na capital paulista, o ato será a partir das 10h, em frente ao Banco Central, na Av. Paulista, para somar forças aos protestos que as centrais sindicais farão contra os juros altos, no primeiro dos dois dias de reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) para definir a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic).
A Campanha Nacional dos Bancários 2024, para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, começará oficialmente também nesta terça (18), com a entrega da minuta de reinvindicações à Fenaban. O documento foi construído a partir de diversas conferências estaduais e regionais, considerando ainda a coleta de dados da Consulta Nacional dos Bancários, realizada com quase 47 mil trabalhadores e trabalhadoras, submetida à validação da 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e, em seguida, de assembleias em todo o país.
Também nesta terça, os representantes da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa também entregarão, aos respectivos bancos públicos, as minutas de reivindicações para a renovação dos Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) específicos de cada banco público.
Além da entrega dos documentos de reivindicações para a renovação da CCT e das ACTs espeíficas, sindicatos e federações realizarão, em várias cidades, o lançamento da campanha deste ano, sob o slogan “Futuro se faz juntos!”, nas ruas e nas redes sociais – neste último ambiente, está programado um tuitaço, das 9h às 10h, com a hashtag #FuturoSeFazJunto.
Na capital de São Paulo, os atos nas ruas estão agendados para as 10h, em frente ao prédio do Banco Central, no nº 1.804, da Av. Paulista.
"Entre os pontos de destaque da campanha deste ano, além do aumento real do salário, PLR maior e ampliação de direitos, exigimos o fim do assédio no ambiente de trabalho e dos instrumentos adoecedores na cobrança de metas e que, como mostramos em pesquisas de profundidade que encomendamos ao Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), o adoecimento mental é uma triste realidade na categoria”, destacou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
Diante de mais uma reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central (BC), que acontece terça (18) e quarta (19), para definir a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic), os bancários de São Paulo se somam aos protestos das centrais sindicais que realizarão contra a manutenção do índice alto e que traz impactos negativos para o crescimento econômico e geração de empregos.
Na reunião de maio, o Copom reduziu em apenas 0,25 ponto percentual a Selic, mudando o ciclo de cortes de 0,50 que vinha ocorrendo a cada 45 dias, desde agosto de 2023. Com isso, a taxa básica de juro brasileira está em 10,50%, mantendo o país com um dos maiores juros reais do mundo. Agora, o mercado, que influencia a política monetária, aposta que, na reunião desta semana, não haverá nenhum corte.
“A campanha 'Juros Baixos Já!' é uma campanha que nós, do movimento sindical dos trabalhadores do ramo financeiro, também apoiamos e lideramos desde o início de 2023. Em agosto daquele ano, após muita pressão social, o Copom iniciou o ciclo de cortes, ainda muito aquém do que poderia realizar e continuamos os protestos. De lá pra cá, passamos do absurdo de 13,75% ao ano para os atuais 10,50%, que é ainda um juro abusivo para o Brasil”, explicou Juvandia Moreira.
Ela destacou ainda que um dos eixos da Campanha Nacional dos bancários, aprovada 26ª Conferência Nacional, é a redução da taxa de juros para induzir o crescimento econômico e geração de emprego e renda.
“Vamos continuar denunciamos à sociedade esse boicote contra a economia do país, praticado pelo Banco Central, e que impacta o crescimento da economia e prejudica a geração de emprego digno. O BC alega que a Selic precisa ser alta para conter a inflação, mas esta segue sob controle e existem outros métodos para conter a inflação que não é esse, que causa prejuízos para todo o país”, destacou Juvandia Moreira. “Outra coisa, quando Campos Neto alega também que essa queda no ritmo de redução da Selic se dá por causa do aumento do emprego (porque o mercado aquecido, supostamente é responsável pela inflação), acaba também entrando em contradição, porque vai justamente na contramão de uma das missões do BC, que é colaborar para que o Brasil alcance o pleno emprego”, completou a dirigente.